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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Raça e Diversidade na Escola

RAÇA E DIVERSIDADE NA ESCOLA

Gidelmo Santos de Jesus[1]

RESUMO
Este estudo pretende desenvolver uma abordagem reflexiva dos processos das relações de raça dentro da escola, procurando estabelecer uma reflexão que busca compreender como educadores e educadoras desenvolvem formas de estabelecer um trabalho que vise superar todas as formas de discriminação no espaço educativo. Para isto, analisamos como a história do Brasil foi sendo construída na marginalização dos negros e negras e assim se reproduzindo na escola, bem como, o processo de construção da legislação do país para garantir o acesso educacional aos sujeitos, sejam eles brancos, negros, pardos, enfim a todos. A base deste estudo se deu por meio de contribuições teóricas de vários autores que realizaram artigos e bibliografias sobre as questões raciais na escola.  Além disso, a pesquisa também se deu por meio de diagnósticos que foram realizados na referida escola com os educadores/as e com alguns funcionários da direção e apoio, procurando desenvolver uma valorização das relações de raça e estudar como tais relações tem se dado no espaço da escola para o desenvolvimento da igualdade. Diante disto,foi identificado como estas relações tem se desenvolvido nas práticas pedagógicas dos educadores em sala de aula e como esta temática tem sido abordada pela escola nas suas práticas de trabalho a contemplar os conceitos de raça, igualdade racial e direito, considerando as relações dentro do espaço educativo.

PALAVRAS-CHAVE: Espaço educativo. Raça. Diversidade.

  1. INTRODUÇÃO 
A escola é um espaço onde o cidadão se encontra em constante formação e aperfeiçoamento do conhecimento vivenciado na sociedade, como relata Leite e Freire (2008, p. 01) "A escola é uma extensão da sociedade, onde as crianças manifestam a sua realidade de relações diversas, apresentando questões recorrentes quanto à formação do sujeito e seu lugar na sociedade". Porém, nem sempre, a escola está preparada para desenvolver um trabalho que possa estabelecer relações entre os sujeitos que valorize as relações raciais, e às vezes sem querer, até alimenta certos preconceitos e discriminação entre os sujeitos, principalmente entre educandos.  No decorrer da história da educação no Brasil, estas relações foram se dando de forma a desenvolver uma marginalização dos sujeitos como podemos ver na abordagem deste trabalho.
Nos dias atuais é importante desenvolver um estudo desta temática, uma vez que, a sociedade anseia e valoriza as iniciativas que contribuem para uma maior igualdade racial. Entendemos que a escola é um espaço fundamental para se desenvolver o debate e também a prática destas relações de igualdade entre os povos. Ao abordar este tema, esperamos poder contribuir para a reflexão, o desenvolvimento e a valorização de ações pautadas na busca de novas maneiras de tratar a questão no âmbito escolar, possibilitando que educandos(as), educadores(as), enfim, todos os que compõem a escola sejam protagonistas na valorização dos sujeitos, independentemente de cor ou raça, visto que, a igualdade é um dos principais princípios, ou pelo menos deve ser, das lutas e organizações sociais.
A principal relevância deste trabalho se dá como suporte de um trabalho que visa trazer à tona um processo da igualdade dentro do espaço educativo e, assim, construir novas relações para com os sujeitos dentro deste espaço. Alem disso, pretendemos alertar educadores e educadoras para novas formas de condução dos problemas relacionados a esta temática.
Nesse sentido, o trabalho se estrutura da seguinte forma: primeiro, é abordado um breve relato da história da educação no Brasil para compreendermos como a escola ainda é um espaço que na maioria das vezes marginalizam e inferiorizam por meio de suas práticas, pessoas por serem negras. Para isto é preciso compreender como este processo foi gestado na história do Brasil, o qual foi desenvolvendo um processo de educação que garantisse os interesses de uma classe dominante.
Consequentemente a este processo histórico procuramos relatar como as leis educacionais foram sendo estruturadas no nosso país, fazendo com que os negros e negras fossem sendo excluídos deste processo e, não só eles, mas também, todos aqueles que com bravura construíram este país. Sendo eles deixados de lado, sobretudo dos direitos educacionais, assim como de diversos outros direitos.
Nos dois últimos tópicos será anunciada uma análise de como tem sido abordada as relações de raça dentro da escola, seja por meio das aulas dos educadores e educadoras no dia-a-dia da sala de aula, seja por meio de projetos que buscam estabelecer estas relações, considerando as formas como a escola encara estas relações para garantir a igualdade racial.
Este estudo com base observatório das práticas dos educadores em sala de aula e no cotidiano da escola a partir de características apresentadas pelos autores sobre as relações de raça na escola e sua abordagem e, também, com observação direta, foi possível construir  um questionário que envolverá a problemática do tema, relacionando a prática em sala de aula com formação e a vivência dos educadores entre si e com os educandos(as).  Este questionário foi à base direta de relação com a prática dos educadores e educadoras.
A caracterização da pesquisa se deu na delimitação da Escola Municipal Zumbi dos Palmares, a partir dos métodos de análises das pesquisas bibliográficas e da observação direta na escola, tendo como base, diversas correlações com as teorias abordadas pelos autores para a realização de um estudo interpretativo e analítico.

  1. BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL: OS POVOS A MARGEM DO DIREITO


A escola e todos os processos de educação no Brasil se deram marginalizando pessoas consideradas “inferiores” diante dos anseios das diversas classes sociais. A esse cenário, no período de colonização do Brasil – de 1500 a 1822 – a educação destinada aos marginalizados daquele período, no caso os nativos, tinham a principal função de “domesticar os índios” para a exploração da mão de obra escrava, ou seja, para garantir pela catequização que os nativos obedecessem em nome de Deus os interesses dos portugueses, assim "a função da escola era a reprodução das relações de dominação e a reprodução da ideologia dominante"(SOARES, 2002, p.19). E foi assim por mais de dois séculos. Em alguns casos, quando os jesuítas passam a desenvolver uma educação humanizadora, vem então a perseguição e a substituição dos jesuítas por um novo sistema de ensino português.
Esse longo período de colonização inclui diversas transformações e com elas o processo da educação não é uma realidade da nação brasileira, ou seja, o povão que construía a nação não tinha acesso a educação, quer dizer, é um processo vindo de Portugal  já que continuava dependente de Portugal, assim também, a educação. Os negros trazidos da África que também, e porque não dizer principalmente, sofreram para a construção deste país no período colonial, como nos relata Jesus:

Os negros, assim como os índios, também sofreram com a colonização do Brasil. Eles trabalhavam em todas as etapas da produção do açúcar e nos serviços domésticos. Sofriam de maltrato e não tinham direito à educação. O mundo da senzala era o mundo da exclusão, os negros eram violentados, trabalhavam pesado, usavam farrapos e eram submetidos a uma má alimentação. (JESUS, 2002, p.28)

Com a vinda da família real de Portugal para a colônia e para manter os serviços básicos à nobreza, então são criados os primeiros cursos acadêmicos do Brasil. Quase nada muda com o grito da independência, visto que, "[...] a Constituição de 1824 apenas continha princípios gerais sobre a gratuidade da instituição primária para todos os cidadãos e uma referencia geral aos colégios e universidades"(SOARES, 2002, p.21). Assim, a educação do Brasil é mantida pelo império conservador nas linhas políticas da metrópole, quer dizer, o povo continuava sem acesso a educação.
Com a Proclamação da República a educação do povo era fundamental para garantir as oligarquias dos coronéis no poder, haja vista, que o voto só era permitido a pessoas alfabetizadas. Nesse sentido, os coronéis investiam na alfabetização dos explorados de suas fazendas para garantir o voto para ele próprio, ou para alguém de seu interesse.

A educação pelo voto e pela escola foi instituída por eles como a grande arma da transformação evolutiva da sociedade brasileira, e assim oferecida em caução do progresso prometido pelo republicano: a prática do voto pelos alfabetizados e, portanto, a freqüência a escola que formaria o homem progressista, adequado aos tempos modernos, é que tornaria o súdito em cidadão ativo. (HILSDORF, 2006, p.60)

É oportuno salientar, que os coronéis mantinham o poder a partir dos que não tinham outra opção a não ser votar no “coroné”, como cantou o rei do baião, Luiz Gonzaga:

NAS ELEIÇÕES

Êi Sertão, sertão das futricas
Sertão dos políticos enganador, ein deputado
A gente chega neles assim nos comícios: Dia 3 todo mundo lá. Todo mundo lá, ninguém sabe em quem votou hihihi. Sabedoria a ler. Não voto neste homem não que ele é rico.
- Vai votar em quem Pedro?
- No coroné.
- E pra deputado?
- No coroné.
- E pra senador?
- No coroné.
- Pra deputado?
- Coroné.
- Pra presidente da república?
- No coroné.

Continuando a garantir os interesses de uma classe dominante a finalidade da educação por volta da década de 1880 passa a se dá de forma a preparar os alunos para o trabalho qualificado, garantindo assim a qualificação da produção cafeeira.
Nesse contexto em que estava colocada a educação nacional, os negros ex-escravos continuam sem acesso a educação, pois até mesmo nos registros da história da educação do Brasil, pouco se fala da educação destinada a esta camada da população que foi deixada de lado desde sua “libertação” em 13 de maio de 1822. Inclusive pelo contexto em que viviam não se achavam no direito de freqüentar a escola. Assim, as escolas sempre estiveram vazias de negros(as) por muito tempo, imagine um professor negro nesta época, não existia.
Até então a escola não desenvolvia o seu papel social de renovadora da sociedade brasileira no enquadramento liberal (HILSDORF, p.80, 2006). E somente nas décadas de 20 e 30 do século XX a partir do surgimento das idéias da Escola Nova, não como um projeto de nação, mais com as idéias importadas para construir “de cima para baixo” o povo adequado a nação (HILSDORF p.83, 2006). Sendo a Escola Nova então, um movimento de repolitização e não de despolitização, desenvolvendo assim um ensino nacionalista para a formação de uma nova pátria.
A Era Vargas, deu continuidade ao processo de nacionalização do Brasil ou seja, o país ainda respirava ares portugueses de quem foi colônia, sendo preciso construir um sentimento de nação sem necessitar seguir leis e princípios da antiga metrópole. Assim a educação continua em seus moldes conservadores com conjuntos de idéias de construção de uma educação nacional. Vargas e Campanema criam assim a nova educação com a idéia de promover os valores atribuídos à família, a religião, a pátria e ao trabalho, porem desenvolvendo praticas de educação autoritárias. Desenvolvendo então mobilizações deste período que vão desencadear numa educação voltada para o progresso da industrialização do Brasil e da modernização da sociedade urbana como estabelece Soares:

Essas mobilizações e pressões se manifestaram num novo dualismo: ensino profissional e ensino secundário. O primeiro destinados aos pobres a fim de formar mão de obra para a indústria, comercio e agricultura. O segundo para a elite condutora do país. (2002, p.23)

Com o golpe militar de 1964, a educação passou por vários processos de transformação e reformas que a desenvolve um grande negocio com a intensificação da educação privada, garantindo assim a intensidade do regime autoritário, com isso perseguindo os intelectuais da educação e do pensamento liberal, pondo-os na clandestinidade. Alem disso, O sistema educacional foi reorientado para produzir mão de obra nos três níveis: respectivamente barato, técnicos de nível médio e de formação superior(SOARES, p.26, 2002).
Chegamos ao século XXI com um processo de disputa da educação que ainda marginalizam os povos do direito ao acesso a educação e aos bens públicos. Pois mesmo com o crescimento e a valorização dos direitos humanos, os negros ainda são marginalizados do processo de educação, senão não seria necessário criar cotas para inserção dos negros nas universidades. Isso é um processo que nos mostra que os negros ainda não são aceitos em nossa sociedade, e isto, é remetido ao processo de discriminação de crianças negras no espaço educativo, a escola. Por isto, a luta dos negros é pela garantia dos seus direitos a educação que até então se deu num processo excludente.
Na educação, os negros e negras estão reivindicando o direito de ampliar a sua participação nas escolas e nos cursos superiores. Isto tudo tem haver com a política de educação excludente do nosso país. Contudo, como relata Hiilsdorf no final de sua obra que “o mercado está decidindo os rumos da educação nacional, segundo os seus próprios critérios, os quais já foram denunciados exaustivamente como não representativos dos interesses gerais da nação”.
Diante deste processo histórico de desenvolvimento da educação nacional do Brasil que foi sendo construído a partir dos interesses de uma classe dominante, sempre marginalizando os pobres, os trabalhadores do campo, as mulheres e os negros, foi se criando no espaço educativo o processo de discriminação dessas classes, principalmente de negros, que se perpetua até os dias atuais.


2.1 RAÇA E LEIS EDUCACIONAIS NO BRASIL

As questões de raça dentro da escola no Brasil é um processo que vem sendo tratado desde os tempos remotos da nossa história, como vimos no item anterior, isso porque as leis brasileiras não se deram de forma a garantir este direito para esta população que arduamente contribuiu para a construção desta nação. Assim, são perpetuados dentro da escola diversos conflitos a partir da discriminação de pessoas por serem negras. Isso dentro de um espaço que deveria ser um facilitador e conscientizador dos direitos dos povos sem distinção de cor ou raça.
Segundo Dias os casos de racismo são “geralmente tratados como casos isolados e individualizados e não como produto de uma sociedade na qual o racismo é estruturante das relações sejam elas, sociais, de trabalho ou como vimos escolares” (p.01, 2001). Com isso podendo perceber que dentro da escola são diversos os processos que fazem com que as crianças negras se sintam rejeitadas do processo em construção, e isto se dá pela abordagem dos livros didáticos, pela relação pedagógica de professoras(es) negras(os) e seus alunos(as) e vice-versa, o tratamento de professoras(es) com as crianças negras(os) e brancas(os) e, as possíveis metodologias de ensino que abordem esta temática na sala de aula. Sem assim se importar que a escola é aberta para todos  Nela não há ricos ou pobres, católicos, protestantes ou ateus, pretos, brancos ou amarelos, filhos de imigrantes recém-chegados ou filhos de aristocráticas famílias tradicionais: nela há apenas seres humanos, pessoas ou projetos de pessoas (Dias, p.03, 2004). Enfim, é um espaço para todos os indivíduos em busca do direito a educação.
Tomando como base a analise de Dias, podemos perceber que as leis pouco interessam, e na pratica sempre se distingue da realidade e da situação em que é estabelecida, pois as punições necessárias sempre foram sendo ignoradas. Assim, ao invés de resolver a situação posta faz ou fazia vista grossa ao que está colocado, mesmo porque pelo que podemos perceber o problema está na raiz, pois nos livros didáticos, por exemplo, as figuras fazem referencias apenas a processos dos brancos, e os negros só aparecem como inferiores, enfim, entre outros processos como relatamos acima. Contrariando a lei:

No caso do projeto de Lei nº4.024 aprovado em 1961 está posto no Título I – Dos Fins da Educação Art.1º, alínea g - A Educação nacional inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana tem por fim:
Alínea g-A condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, política ou religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe ou de raça.
Inspirada no liberalismo a LDB - 4.024/61 trazia a tentativa de conciliar duas posições que dividiam as discussões de educadores e demais interessados na educação. Se os recursos públicos iriam ou não sustentar as escolas privadas e confessionais. De forma secundária, portanto, a lei trata como um de seus fins a condenação a quaisquer preconceitos de classe e de raça. [...] O que podemos depreender destes discursos é que, raça fez parte das preocupações dos educadores e foi uma dimensão considerada no universo da discussão da LDB. (Dias, p.03, 2004).

Portanto, era preciso um estudo maior destas leis, para que façam a conhecer por toda a população, pois na maioria das vezes as pessoas não reivindicam seus direitos por falta de informação ou por na pratica não desenvolver este processo de igualdade na educação.
A LDB – Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional – lei N° 9394 de 1996, gestada após a chamada Constituição de 1988, pós-abertura política e intensa movimentação da sociedade civil (Dias, p.04, 2004), começa a ser discutida em 1986 e tem intensidade em 1987. Dando assim maior visibilidade as questões de raça a partir de dois importantes acontecimentos para o processo de igualdade: o Centenário da Abolição em 1998 e o tricentenário da Morte de Zumbi dos Palmares em 1995. Ambos vivenciados com grande intensidade pelo movimento negro em todo o Brasil, com diversos eventos para “comemorar” tais datas, tendo a educação um importante atenção. Inclusive “obrigando” os legisladores a avançar no que está posto sobre raça em relação à LDB 4.024/61, onde a igualdade de raça não é estabelecida de forma especifica, más estabelecido da seguinte forma no Capítulo VII Da Educação Básica no

Art.38 inciso III orienta que os conteúdos curriculares deverão obedecer às seguintes diretrizes:
“III - o ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas, raças e etnias para a formação do povo brasileiro”. (DIAS, 2004, p.05).

Percebe-se assim que é insuficiente para garantir a igualdade de raça dentro do espaço educativo. No entanto o avanço da lei N° 9394/1996 se dá em diversas circunstâncias garantindo assim uma maior liberdade de direitos raciais, como por exemplo retirando o Título II - Dos princípios e Fins da Educação Nacional da lei 4.024/64 que condenava o preconceito de raça, más incluindo na lei 9394/1996 no Art.3 inciso IV de - respeito à liberdade e apreço a tolerância. (LDB, p. 08, 2010). Assim, garantindo uma maior abrangência do direito pelo termo tolerância. Alem disso, a lei 9394/96 mantém o Art.32, no parágrafo terceiro a garantia às comunidades indígenas da utilização de suas línguas maternas bem como processos próprios de aprendizagem.
Um outro avanço foi a criação da lei nº 10.639 que altera a lei nº 9.394/96, nos seus artigos 26, e 79, que torna obrigatório à inclusão no currículo oficial de ensino a temática História e Cultura Afro-brasileira, sancionada pelo Presidente Luis Inácio Lula da Silva e pelo Ministro Cristovam Buarque em 09 de janeiro de 2003. Porem, a lei que abrange o currículo, não se restringe apenas a disciplina de história, por exemplo, mais todo o sistema o que na pratica não funciona. Pois na maioria das vezes os educadores(as) das outras disciplinas acham que é uma atribuição apenas do professor e da disciplina de historia, não havendo assim um trabalho de preparação e adequação pedagógica para fazer cumprir a lei. É ainda mais grave esta situação pela falta de interdisciplinaridade dentro da escola, pois torna mais difícil ainda desenvolver um trabalho onde as praticas são isoladas e os conteúdos meros reprodutores dos livros didáticos que também não abordam a temática de raça, e quando abordam são apenas tópicos sem uma preocupação maior no que se refere a igualdade entre as relações de raça, na escola, na sociedade, enfim, na vida dos sujeitos que estão sendo formados e na maioria das vezes são reprodutores de discriminação e preconceito para com os negros e negras, os quais também passam a reproduzir certos comportamentos.
O que precisa ser observado em todo o conjunto das praticas educacionais são os processos da legislação e como ela tem sido estabelecida para que assim seja desenvolvida pelo sistema de educação, havendo assim um maior processo de fiscalização do cumprimento das leis, pois o que vemos, é apenas a criação de leis e mais leis, sem uma maior fiscalização de suas implementações.


2.2 HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA NA ESCOLA

É preciso que o sujeito esteja preparado para compreender os aspectos da vida em que ele se encontra. Neste caso, em que é preciso haver uma valorização das praticas histórico e cultural do povo brasileiro como um todo, mais especificamente dos negros oriundos do povo africano, por isso, é que percebemos que não há uma abordagem da temática História e Cultura afro-brasileira na escola, e quando feito é encargo apenas do professor de história. No entanto precisa-se desta abordagem para uma maior compreensão dos modos de vida da sociedade nos dias atuais, pois a escola, como diz Freire, é o espaço de formação para a vida. Alem do mais, a mesma homenageia o principal protagonista da luta dos negros – Zumbi dos Palmares.
A importância do estudo desta temática dentro da escola deve se dá pela valorização da cultura afro brasileira, tentando impulsionar a garantia da Lei 10.639 dentro do processo educativo como um todo, e não apenas como conteúdo da disciplina de história ou das ciências sociais. Alem disso, é possível perceber que a escola ainda não incorporou em suas praticas educativas a valorização da historia e da cultura afro-brasileira, apesar de existir experiências isoladas que na maioria das vezes não são expostas como importante no conjunto da escola ou do sistema de ensino. Ou ainda é uma abordagem apenas feita na semana da consciência negra, ou seja, o 20 de novembro ainda é visto apenas como data comemorativa no calendário escolar, sem uma maior compreensão da importância desta para a cultura do nosso país.
Conforme Freire (1996, p. 22), ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou sua construção, é algo mais que um verbo transitivo-relativo e que aquele que ensina também aprende, “Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que, historicamente mulheres e homens descobriram que era possível ensinar” (FREIRE, 1996, p.23/24). Portanto, a educação tem que se pautar nestas idéias, onde haja a valorização do sujeito e no meio que ele está inserido, e isto, tem que partir da prática dos educadores, que sejam praticas que busquem esta valorização, então procurando estabelecer uma valorização dos sujeitos e, principalmente da historia destes. Quer dizer, por meio da valorização da história e da cultura afro-brasileira, a escola, através do desenvolvimento pedagógico, deve estabelecer uma abordagem que garanta uma maior compreensão e valorização desta cultura dentro da nossa sociedade.
Outra compreensão no processo da educação que nos favorece nesta abordagem é feita por Arroyo, que estabelece um entendimento de tais relações nas praticas educativas a qual é o fundamento da construção do sujeito em suas dimensões na construção de sua identidade. É nas práticas que se reconhecem sujeitos, onde se refletem como espelho. Onde se reconstroem sua identidade. Na medida em que as propostas inovadoras dão maior centralidade aos mestres como sujeito da inovação escolar e curricular, maior destaque é dado às práticas. (ARROYO, 2000, p. 230). Com isso, pode-se perceber que os educadores se destacam, ou devem se destacar, como protagonistas da inovação curricular, para uma maior centralidade das práticas, o que no cotidiano da escola em questão ainda não é uma realidade plausível, ou seja, estas praticas não tem se concretizado.
 Assim, o papel do educador é formar e preparar sujeitos para enfrentar os desafios da sociedade em que estamos inseridos, tendo como base todas às dimensões do ser humano, com isso procurando estabelecer os vínculos e as relações que existem no cotidiano da escola, no caso a valorização dos negros/as bem como da sua história e manifestações culturais. Sendo então o educador peça fundamental para o desenvolvimento da educação, por isso, responsável direto pela valorização da cultura na vida dos seus educandos.
Nestas perspectivas é que deve se dar a abordagem proposta pela Lei 10.639, uma vez que, é a partir da prática, que educadores/as devem estabelecer uma valorização da cultura afro-brasileira dentro da escola e, consequentemente, da sociedade.

2.2.1        Abordagem Pedagógica nas Relações de Raça

Vimos nos tópicos anteriores que o processo de educação no Brasil foi construída com muita luta e por meio da marginalização dos sujeitos. Contudo o processo de lutas que foram sendo desenvolvidos no decorrer da história foi construindo novos rumos para este processo. Assim, tratar de educação racial e das relações raciais dentro da escola ainda é um desafio para educadores e educadoras, visto que, mesmo existindo as leis que buscam fazer com que haja a igualdade de raça e diversidade dentro do processo educativo, pode-se perceber que ainda existe nos espaços escolares a discriminação e a marginalização por conta da cor da pele.
Nesse processo podemos abordar também a deficiência de informação e/ou formação dos educadores(as) que lidam com crianças e adolescentes de grupos e origens diversas. Porem, na maioria das vezes, os educadores e educadoras não estão preparados para enfrentar estas situações, bem como de outras diversas, uma vez que, no que se refere à formação estes educadores e educadoras relatam uma deficiência no sentido de que o processo de escolarização da grande maioria se deu por meio de processos educativos, no qual, eles/as foram sendo formados por meio da necessidade de se escolarizar e assim se submeteram a processos de formação extremamente intenso, sem muita oportunidade de discutir ou ampliar o conhecimento em certos temas, como a relação de raça dentro da escola, por exemplo, ou seja, na maioria das vezes, os educadores não são formados para lhe dar com certas situações dentro da sala de aula. Tendo assim uma formação técnica para a abordagem de conteúdos e não das formas de convivência entre sujeitos de origens diversas, ficando de mãos atadas para resolver certas situações dentro da sala de aula e da escola como um todo.
Pelo que podemos perceber, apesar das dificuldades encontradas, há iniciativas para amenizar tais situações de discriminação e preconceito. É possível encontrar professores que buscam por meio de textos e exemplos trabalhar formas de conscientização, buscando fontes que o ajudem a expor a situação de como foi sendo resolvido na história do Brasil a questão do negro e por isso a desigualdade que foi se criando. Contudo, estas iniciativas não é generalizada, mas são trabalhos isolados dentro da própria sala de aula, ou seja, não são formas que são desenvolvidas de forma geral com todos os educadores(as) e educandos(as).
Alem disso, podemos considerar iniciativas como o trabalho com projetos em torno da temática, principalmente em torno do 20 de novembro, quando se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra. No entanto, tais projetos às vezes são trabalhados apenas para comemorar o dia da consciência negra, sem um aprofundamento no restante do ano letivo. Porém, há muitas reclamações por parte dos educadores/as de que não há apoio pedagógico necessário para desenvolver projetos que ajudem a resolver os problemas relacionados a diversidade de raça e ao processo de igualdade racial dentro da escola.
Se considerarmos a abordagem das questões de raça dentro dos livros didáticos, estes deixam a desejar e muito, visto que, a Lei 10.639 torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira (Benjamim, 2004) no Ensino Fundamental e Médio. No entanto, o que podemos ver, são apenas questões isoladas desta abordagem, sem uma preocupação de trazer para os educandos(as) de como desenvolver uma prática de igualdade dentro do seu convívio social e principalmente escolar. Na maioria das vezes, ainda deixam esta temática apenas para a Disciplina de História, não sendo uma preocupação do conjunto da escola e de uma prática que garanta a multidisciplinaridade. Enfim, não conseguimos perceber na escola, práticas que estabeleçam as relações com esta lei


2.2.2 Processo de igualdade racial na escola

Diante da abordagem feita até aqui, foi possível perceber que o processo de igualdade racial dentro da escola ainda é uma questão gritante, uma vez que, o que podemos ver é que os educadores e as escolas ainda não estão preparadas/os para lidar com certas situações de discriminação, seja ela de cor, raça, orientação sexual e outras tantas situações.
No entanto, dentro da abordagem que estamos fazendo das relações de raça dentro da escola, podemos afirmar que estas relações ainda são de preconceitos e discriminações para com as pessoas negras dentro do espaço escolar. Nesse sentido, os educadores/as sentem-se sem muitas alternativas para resolver os problemas existentes dentro da escola. Contudo, muito já se avançou, no entanto, como é o caso de professores que buscam desenvolver projetos em sala de aula para demonstrar a igualdade entre os povos, puxando a discussão para os direitos iguais dentro da sala de aula e da sociedade.
Mesmo estando no século XXI, ainda podemos encontrar crianças dentro da escola que se recusa a sentar ao lado de outra criança negra e ainda o discrimina com bordões preconceituosos que se reproduzem de uma sociedade preconceituosa onde o ser humano branco é quem tem os melhores destaques dentro da escola e quando uma criança ou adolescente negro(a) se destaca ainda somos obrigados a ouvir dos colegas ou até mesmo de professores as frases “Ele é negrinho, mais é inteligente” “é negrinha mais é bonitinha”, entre outras que se pode ouvir no espaço da escola, que não nos interessa reproduzi-los. Sem contar também, que a própria criança e/ou adolescente também se acha retraído por sua cor, reproduzindo estes preconceitos sobre si mesmo. Sabemos, claro que algumas dessas ofensas são inconscientes, pois, as pessoas ainda reproduzem estas formas de preconceito por fazerem parte de uma sociedade em que o sujeito negro foi sendo deixados a margem da sociedade e dos direitos. No entanto, percebemos também que há um certo bloqueio das pessoas em querer aceitar que todos somos iguais e que o que está acima de tudo é um ser humano. Alem disso, há pessoas que não buscam valorizar o outro, até mesmo.





  1. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi possível estabelecer neste estudo diante das fontes estudadas que o processo das relações de raça dentro do espaço educativo – a escola – ainda é uma relação que alimenta preconceitos, não apenas por parte dos educandos/as, mais também de profissionais da escola, que talvez por falta de informação continuam a reproduzir termos pejorativos para com educandos de pele escura.
Sabemos também que é um processo em construção e, diante da realidade em que vivemos no país, é uma situação que para ser superada ainda leva tempo, pois deve se dar gradual e continua. No entanto, é preciso realizar um trabalho intenso e não apenas deixar para ser trabalhada em datas comemorativas, mais que deve ser embutido no cotidiano da escola esta valorização das relações de raça, e não só, mais todos os tipos de relação interasocial, para que estudantes e profissionais vão superando os preconceitos de cor e raça, assim como de outros preconceitos, já que ainda vemos no espaço educativo, preconceitos de gênero e geração, entre outros. No entanto a escola deve ser um espaço de relações e não de divisões entre homens e mulheres, negros e brancos, “pobres e ricos”, seja nas brincadeiras, nos jogos e, sobretudo na sala de aula.
No princípio pretendíamos realizar um dialogo com os profissionais da escola, sobretudo professores e direção, por meio da aplicação de um questionário, no entanto, não tivemos retorno da maioria dos questionários que entregamos para estes responderem. Porem a abordagem ficou por conta da analise dos questionários que retornaram como também tivemos a oportunidade de observar, por meio das praticas cotidianas da escola, na sala de aula, nos espaços de recreação, de lanche, entre outros espaços, as relações existentes nela, o que nos ficou claro a constatação feita neste trabalho, de que as relações de raça assim como de gênero e geração, ainda é um problema a ser superado.



  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do que pretendíamos abordar dentro do estudo das relações de raça e da escola, por meio da leitura das fontes que acessamos, acreditamos que conseguimos alcançar o nosso objetivo trazendo o foco das questões raciais dentro da escola, principalmente, fazendo uma analise do que foi proposto. No entanto, não foi um processo fácil, pois as fontes disponíveis, principalmente na realização dos questionários, não tivemos empenho por parte de alguns profissionais que demoraram, ou mesmo nem responderam ao questionário, o que na maioria das vezes dificultou o processo de construção de algumas idéias.
Foi possível perceber que na prática as relações raciais dentro do espaço educativo ainda é uma questão gritante, uma vez que, grande parte dos educadores/as não estão preparados para lhe dar com tais questões. Além disso, também não se comprometem em buscar ajuda. Sem contar também que na sala de aula existe até um certo respeito, porém fora dela se banaliza, quer dizer, mesmo estando dentro do espaço educativo em momentos de intervalo ou de locomoção no transporte escolar as relações entre educandos/as não se desenvolve de forma respeitosa. Podemos concluir então que o trabalho em sala de aula não tem suprido esta necessidade, visto que, na maioria dos casos o educador/a só se responsabiliza da porta da sala para dentro com a sua aula fechada sem se abrir para as relações com o todo da sociedade.
Diante de tudo isso, este trabalho nos possibilitou um maior entendimento das questões raciais não apenas dentro da escola, como também, na sociedade, visto que, apesar de vivermos em uma localidade em que as discriminações não são visíveis no cotidiano, pela pesquisa e pelo estudo, fica claro que muitas das ações que estamos acostumados a ter contato, são processos discriminatórios dos negros e negras.



REFERÊNCIAS


ARROYO, Miguel Gonzales. Oficio de Mestre: imagens e auto-imagens. Petrópolis/RJ: Vozes, 8ª edição, 2000.

BENJAMIN, Roberto Emerson Câmera. A áfrica está em nós: história e cultura afro-brasileira. João Pessoa/PB: Editora Grfset, 2004.

CANDAU, Vera. Diferença(s) e Educação: Aproximações a Partir da Perspectiva Intercultural. ENDIPE, 2002.

CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de. Gênero e Diversidade na Escola: Análise de Planos de Ação de Professor@s em Formação Continuada na Paraíba. Fazendo Gênero 9. Diásporas, Diversidades, Deslocamentos. 23 a 26 de agosto de 2010.

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http://esquizofia.wordpress.com [DADOS INCOMPLETOS]

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[1]Licenciado em História pela Universidade Federal da Paraíba; Especialista em Residência Agrária (Agoecologia, Questão Agrária, Agroindústria e Cooperativismo) pela Universidade Federal de Sergipe; Especialista em Metodologia do Ensino de História pelo Centro Universitário Leonardo da Vince; Especialista em Educação do Campo pela Faculdade São Braz; e Aluno Especial do Curso de Mestrado em Educação do Campo pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Email: gsjmst@yahoo.com.br

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

O LEGADO DO STTR DE ESPERANTINÓPOLIS NA DEFESA DOS CAMPONESES E DAS CAMPONESAS







A ASSEMA (Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão) e a luta pela afirmação da reforma agária agrária










A LEI BABAÇU LIVRE: Uma conquista das quebradeiras de coco babaçu e dos trabalhadores de Esperantinópolis-MA


O Projeto de Lei



VIVEIRO DE MUDAS: Uma conquista das comunidades de Esperantinópolis-MA

Cartilha produzida pelo STTR de Esperantinópolis

Início da plantação das mudas

Organização coletiva na produção do viveiro

Plantas frutíferas e nativas prontas para o plantio 
dentro do assentamento.

A REGULAMENTAÇÃO DOS ASSENTAMENTOS EM ESPERANTINÓPOLIS

Placa dos projetos executados no Assentamento Cipó-Canaã

AS MANIFESTAÇÕES EM DEFESA DA LUTA PELA TERRA EM ESPERANTINÓPOLIS-MA

Marcha pelas ruas da cidade

Reunião na comunidade de Palmeiral


Caminhada em defesa da luta pela terra 
Comunidade de Centro do Coroatá


A organização coletiva da luta


A realidade do Médio-Mearim antes da conquista da terra


A organização dos sujeitos do campo na Luta pela Terra em Esperantinópolis-MA














Reunião de articulação dos trabalhadores e trabalhadoras.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Video: Giacomet Marodin - Uma História de Violência e Devastação


Foto: Ocupação de área grilada pela Araupel

Foto Leandro Taques

Foto: Acampamento no Paraná

Foto: Leandro Taques

Brasil de Fato: Juíza determina liberdade de sete presos políticos do MST no Paraná

Midia Ninja: A PM mata pobre todo dia

Jornalistas Livres: Sem Terra foram mortos com tiros nas costas

Brasil de Fato: Massacre de agricultores sem-terra no Paraná completa um ano

Relato: 24 horas num acampamento sem terra

Reportagem Terra Sem Males: Massacre de Quedas do Iguaçu

Reportagem: Sem Terra inauguram Escola Itinerante para atender 590 estudantes acampados