Notícias
Bahia:
30ª Manifestação do Polo Sindical de Amargosa reúne 2500 trabalhadores rurais Com o tema “Trabalhadores em defesa dos biomas e
direitos”, movimentos e organizações sociais que atuam na região de Amargosa,
na Bahia, realizaram a 30ª edição da Manifestação dos Trabalhadores e a 10ª
Feira da Agricultura Familiar
Rosilene Miliotti¹
Realizado nos dia 6 e 7 de maio, em São Miguel das Matas, município
no território do Vale do Jiquiriçá, a aproximadamente
250 quilômetros de Salvador, a 30ª Manifestação dos Trabalhadores
do Polo Sindical da Região
de Amargosa foi uma comemoração ao Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores
(1º de maio). O evento contou com dezenas de sindicatos representativos da
agricultura familiar nos territórios do Baixo Sul, Vale do Jiquiriçá e Piemonte
do Paraguaçú.
Cartaz de divulgação
do evento.
Isabel da Cruz Santos, coordenadora do Polo Sindical da Região de
Amargosa e do Sindicato de Tancredo Neves, conta que a manifestação é um
importante encontro porque é uma forma de incentivo aos movimentos sociais e
à agricultura local. “Esse
também é um momento de reflexão e de intercâmbio entre os trabalhadores, de
troca de experiências”, explica. Já a 10ª Feira da Agricultura Familiar, como
Isabel relata, foi criada como uma forma de apoiar a agricultura familiar,
fazendo com que os moradores da cidade conheçam tanto os agricultores quanto
seus produtos. “Ainda não é muito que se consegue comercializar. Mas hoje
participam da feira associações
e cooperativas e, a partir da parceria com o programa da FASE na Bahia², estamos
incentivando a participação de grupos
de mulheres”, comemora.
Para a agricultora Maria Ivani, mais conhecida como Vanda, da comunidade
do Fojo, no município de Mutuípe, a feira é um momento importante para os
trabalhadores porque agrega valor, gera
renda para as famílias da região e é mais uma oportunidade de mostrar o
trabalho das associações. “Participamos da feira desde o início e
vendemos produtos derivados da mandioca, como bolo de aipim, pão,
biscoito e beiju”, explica. Vanda ainda diz que a relação entre as agricultoras
e o dinheiro é de independência. “Não é muito o que ganhamos, mas é o
suficiente para nos sentirmos independentes. Porém, para que mais pessoas e,
principalmente, mais mulheres se sintam cada vez mais independentes, é
preciso fortalecer as associações”, ressalta ela, que faz parta da
Associação dos Moradores da Região do Fojo, uma das 15 associações que integra
a Cooperativa dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, Economia Solidária e
Sustentável dos Municípios de Mutuípe e Vale do Jiquiriçá (Coopeípe).
Para Nadilton Andrade, educador do programa da FASE na Bahia, a
manifestação é o momento em que os trabalhadores expressam seu potencial
de organização e tratam de temas que remetem principalmente a conquista,
manutenção e garantia dos seus direitos. “Os temas escolhidos contextualizam a
situação social e política do país, somando essa manifestação a todos os
demais movimentos nacionais dos trabalhadores. A inserção de uma feira durante
o evento demonstra a força e a importância dessa categoria de
trabalhadores, além de chamar a atenção para o tema da segurança
alimentar e para a qualidade dos alimentos consumidos pela população”,
analisa.
(Foto: Silvanei Barbosa/FASE)
Em meio ao clima de festa, Isabel relata que os agricultores se
reuniram e não deixaram de lembrar a luta pela preservação e ampliação dos
direitos e conquistas da classe
trabalhadora . “Estamos denunciando a reforma
da previdência, defendendo a agricultura familiar que produz alimentos e sustenta a
economia de milhares de municípios, gerando empregos e preservando o meio
ambiente. Estamos ainda reafirmando nosso compromisso com a organização e luta
das mulheres agricultoras em defesa de seus direitos, pelo reconhecimento do
trabalho e contra a violência”, pontua. Entre outras pautas, a manifestação
discutiu ainda assuntos como: a exigência de mais e melhores políticas públicas,
como o Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o Programa
de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa
Nacional de Habitação Rural (PNHR) e o Programa
de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) e a
reforma trabalhista.
[1] Jornalista da FASE
Nenhum comentário:
Postar um comentário