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quarta-feira, 28 de junho de 2017

30ª Manifestação do Polo Sindical de Amargosa reúne 2500 trabalhadores rurais

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22/05/2017BAHIA

Bahia: 30ª Manifestação do Polo Sindical de Amargosa reúne 2500 trabalhadores rurais Com o tema “Trabalhadores em defesa dos biomas e direitos”, movimentos e organizações sociais que atuam na região de Amargosa, na Bahia, realizaram a 30ª edição da Manifestação dos Trabalhadores e a 10ª Feira da Agricultura Familiar

Rosilene Miliotti¹
Realizado nos dia 6 e 7 de maio, em São Miguel das Matas, município no território do Vale do Jiquiriçá, a aproximadamente 250 quilômetros de Salvador, a 30ª Manifestação dos Trabalhadores do Polo Sindical da Região de Amargosa foi uma comemoração ao Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores (1º de maio). O evento contou com dezenas de sindicatos representativos da agricultura familiar nos territórios do Baixo Sul, Vale do Jiquiriçá e Piemonte do Paraguaçú.

                                                   Cartaz de divulgação do evento.

Isabel da Cruz Santos, coordenadora do Polo Sindical da Região de Amargosa e do Sindicato de Tancredo Neves, conta que a manifestação é um importante encontro porque é uma forma de incentivo aos movimentos sociais e à agricultura local. “Esse também é um momento de reflexão e de intercâmbio entre os trabalhadores, de troca de experiências”, explica. Já a 10ª Feira da Agricultura Familiar, como Isabel relata, foi criada como uma forma de apoiar a agricultura familiar, fazendo com que os moradores da cidade conheçam tanto os agricultores quanto seus produtos. “Ainda não é muito que se consegue comercializar. Mas hoje participam da feira associações e cooperativas e, a partir da parceria com o programa da FASE na Bahia², estamos incentivando a participação de grupos de mulheres”, comemora.
Para a agricultora Maria Ivani, mais conhecida como Vanda, da comunidade do Fojo, no município de Mutuípe, a feira é um momento importante para os trabalhadores porque agrega valor, gera renda para as famílias da região e é mais uma oportunidade de mostrar o trabalho das associações. “Participamos da feira desde o início e vendemos produtos derivados da mandioca, como bolo de aipim, pão, biscoito e beiju”, explica. Vanda ainda diz que a relação entre as agricultoras e o dinheiro é de independência. “Não é muito o que ganhamos, mas é o suficiente para nos sentirmos independentes. Porém, para que mais pessoas e, principalmente, mais mulheres se sintam cada vez mais independentes, é preciso fortalecer as associações”, ressalta ela, que faz parta da Associação dos Moradores da Região do Fojo, uma das 15 associações que integra a Cooperativa dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, Economia Solidária e Sustentável dos Municípios de Mutuípe e Vale do Jiquiriçá  (Coopeípe). 
Para Nadilton Andrade, educador do programa da FASE na Bahia, a manifestação é o momento em que os trabalhadores expressam seu potencial de organização e tratam de temas que remetem principalmente a conquista, manutenção e garantia dos seus direitos. “Os temas escolhidos contextualizam a situação social e política do país, somando essa manifestação a todos os demais movimentos nacionais dos trabalhadores. A inserção de uma feira durante o evento demonstra a força e a importância dessa categoria de trabalhadores, além de chamar a atenção para o tema da segurança alimentar e para a qualidade dos alimentos consumidos pela população”, analisa.

                                          (Foto: Silvanei Barbosa/FASE)
Em meio ao clima de festa, Isabel relata que os agricultores se reuniram e não deixaram de lembrar a luta pela preservação e ampliação dos direitos e conquistas da classe trabalhadora . “Estamos denunciando a reforma da previdência, defendendo a agricultura familiar que produz alimentos e sustenta a economia de milhares de municípios, gerando empregos e preservando o meio ambiente. Estamos ainda reafirmando nosso compromisso com a organização e luta das mulheres agricultoras em defesa de seus direitos, pelo reconhecimento do trabalho e contra a violência”, pontua. Entre outras pautas, a manifestação discutiu ainda assuntos como: a exigência de mais e melhores políticas públicas, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) e o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) e a reforma trabalhista.
 [1] Jornalista da FASE


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